quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Que emigrem!

1. Os jovens licenciados com menos de 25 anos são, em Portugal, os mais atingidos pela quebra das taxas de emprego registada na última década, enquanto na média europeia os mais lesados foram os que tinham qualificações mais baixas. Esta é uma das "especificidades" que Portugal apresenta no cenário actual de restrição das oportunidades de emprego, de acordo com o último relatório sobre o Estado da Educação.
Ora bem. Esta rapaziada é nova e o Governo já lhe disse onde era a porta de saída. Portanto, upa!, vamos lá levantar esses cus preguiçosos e emigrar para Angola, Moçambique ou Brasil, que é o que para já consta do catálogo. E não há que olhar para trás: a solução de Portugal está no estrangeiro.

2. Os reformados da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e da Portugal Telecom (PT), cujos fundos de pensões foram transferidos para o Estado em 2004 e 2010, respectivamente, ameaçam recorrer aos tribunais e ir até Bruxelas caso não recebam 14 meses de pensões, como está previsto para os reformados dos bancos privados.
"Os fundos de pensões da CGD foram enviados com 14 meses e agora só querem pagar 12. Já fizemos uma exposição ao ministro das Finanças em meados de Novembro com esta questão”, afirmou à agência Lusa João Lopes, presidente do Sindicado dos Trabalhadores do Grupo Caixa, acrescentando que ainda não obtiveram resposta. Em 2004, a transferência do fundo rendeu aos cofres do Estado 2,4 mil milhões de euros no imediato. Segundo o sindicalista, então todos os pensionistas e trabalhadores "receberam uma carta da Caixa Geral de Aposentações a assumir que receberiam integralmente os 14 meses".
Também os trabalhadores da PT, cuja transferência do fundo de pensões rendeu 2,8 mil milhões de euros para o Estado em 2010, não aceitam cortes para os reformados da ex-Marconi e da PT oriundos dos CTT e já pediram uma reunião com Vítor Gaspar. "Se o Estado não pagar, está a ficar com dinheiro que não é seu. Temos a convicção forte de que os tribunais darão razão aos trabalhadores, porque o valor transferido para o Estado incluía 14 prestações", disse Francisco Gonçalves, da Comissão de Trabalhadores da PT.
Ora bem. Antes que estes senhores passem pela vergonha de levarem com uma resposta do Governo, digo-lhes eu desde já: emigrem! Estão mal, mudem-se! Ou preferem ficar "em casa à fome e a viver da reforminha encurtada?", como certamente lhes perguntará o eurodeputado Paulo Rangel, também conhecido como o pequeno iluminado de Vila Nova de Gaia. Os reformados só dão despesa e não fazem falta a Portugal. Este país não é para velhos. Nem para novos. Nem para pessoas de meia ideia. De momento, é só para o pessoal do PSD.

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